Fechando 2018 com estilo! Criamos uma playlist com as 20 Canções Brasileiras Mais Legais de 2018 – veja também o post Top 10 álbuns de 2018
Após muitas consultas e audições, posso dizer que a seleção ficou bem eclética e focada em sons mais novos, indo da sub cena do underground ao quase mainstream, mas é garantia de curtir artistas que realmente fazem arte minimamente relevante para o dias atuais.
Claro que a lista é uma escolha pessoal, então não precisa concordar, se quiser mande nos comentários a sua lista, ou qual álbum gostaria de destacar, é sempre um prazer essa troca de experiências.
A playlist “20 sons nacionais de 2018”, não está em qualquer ordem, podendo ser escutados em conjunto na playlist abaixo, melhor forma de ter uma rápida impressão de cada um dos escolhidos.
Tudo começa com Baco Exu do Blues e o álbum Bluesman, que pega o rapper da Bahia trazendo seu Rap/Trap cheio de influências da MPB. Foi duro escolher uma música somente, mas pra resumir a pegada do músico, a melhor opção é ouvir direto a faixa título do disco – Bluesman, afinal tudo é blues !
De pernambuco trouxemos a sonzeira de Somos, canção presente no recém lançado álbum de mesmo nome e que reafirma a força do grupo Barro, que inspiradíssimo conseguiu casar um arranjo de sotaque regional em uma letra forte com vocais viajandões que emulam as tardes quentes de Pernambuco, clima presente em todo disco.
A sonoridade pop do Dingo Bells nunca me encantou, mas confesso que ao ouvir Todo Mundo Vai Mudar, tive que reconhecer que os caras mandam bem na proposta que buscam, pois é inegável o clima de festa de todo álbum homônimo, que com versos sempre inteligentes e vozes em primeiro plano, mostra que existe vida nessa seara dominada há anos e anos pelos mesmos artistas. Som de pista e de verão de primeira qualidade !!
Essa próxima faixa eu já gostei pelo nome – Golpista. Mas o que interessa mesmo é que nessa balada gótica do grupo Carne Doce a voz de Salma Jô mostra uma intensidade que reforça toda identidade do Carne Doce, que amarra toda a angústia do mundo com o crescente da canção. Viva Goiânia Rock City !!
Galera… sei que esse foi lançado no fim de 2017… mas não tem como não colocar esse poema reto do quarteto Garotas Suecas com o devido destaque. Em “Não Tem Conversa” os integrantes vão além do pop rock melódico do grupo, mandando perfeitamente bem no também no balanço desse super som.
Os anos 60 com aqueles girls groups vocais incríveis, é a maior influência do The Courettes, dupla brazuca/dinamarquesa, que é uma banda e história de amor, daquelas que resistem mesmo à distância. Escutem o disco todo que é ótimo, mas dou destaque para “Time is Ticking” minha preferida.
O clima de festa de Maquiavélico Sem Prece da Banda NÃ, é uma das que entrou no fim na lista, quando escutei fui pego pelo ritmo dançante combinado ccom uma pegada roqueira. Destaque para as ótimas guitarras e a vozes que fazem do álbum – “Antes que só um quase”, uma das novidades mais legais de 2018.
Do sul do Brasil, mais precisamente da gaúcha Caxias do Sul, chega o Catavento que relê a psicodelia com bom gosto em tudo, das canções viajandonas até a capa incrível do álbum “Ansiedade na Cidade”. Nas faixas mandam diversos grooves em harmonias perfeitas, mas a gema é mesmo Lagartia, que tem aquela rara qualidade de ser uma canção que consegue ser relida ao sabor de cada ocasião.
O grupo carioca El EFecto consegue misturar absolutamente tudo, na maior caioquice possível em O Drama da Humana Manada, que passa por Samba, Chorinho, Hard Rock, Metal… e muito mais. Cara eu adoro esse disco todo, até pelo ótimo bom humor, ingrediente cada vez mais raro no meio musical, mas o que impressiona é a força coletiva do arranjo e a intensidade da porra toda. Seminal !!
Olha só, Exú de novo na lista… que ano maluco esse de 2018, se uns querem Escola Sem Partido, muita gente quer subverter e mostrar a força da liberdade e a força de nossas raízes. Na voz e interpretação da magnífica Elza Soares então… ela chega prá colocar o dedo na ferida ao cantar Exú nas Escolas, som que a mostra como a rainha de todo planeta Brasil. Elza te amo.
A banda Letall é um segredo do underground do ABC daqueles que merece mais destaque, lançaram o segundo álbum esse ano, o pesadão Entidades, onde o lendário Gepeto (voz), em parceria com os irmãos Gigante e Wagner, fundem o HC, Punk e até o Grunge dos 90´s em fúria insana. Destaquei Enigmas entre outros bons do álbum.
O Mangue de Fred Zero 4 e seu Mundo Livre S/A continuam sendo a banda nacional que faz os melhores shows, agora mais enxuta mas não menos incisiva, capaz de fazer um samba rock ficar gótico mas não menos divertido. Em “Meu Nome está no topo da Sagrada Planilha” é um som que somente nosso ídolo e seu bando conseguem reproduzir. A Dança dos Não Famosos, engrandece a discografia dos caras, vida longa ao Mundo Livre !!
Tequilla Bomb é outro grupo que mostra a força em mesclar influências que o nordeste vem mostrando na música desse novo século. O trio alagoano manda bem no EletroForróDanceHallRaggaJungleEmbolada em todo álbum Sistema de Som, Denúncia e Elevação Espiritual. Buscamos a mais vibrante de todas – Deus me Deu Armas, que representa bem os caras aqui na playlist.
Ava Rocha já chegou chegando, e agora que caiu no funk em Joana Dark, mostra que está na roda, queimando na fogueira do pecado… Joana Dark, Joana Dark…Da…Da…Da…. Eu não consigo nem escrever… Sou eu que mando, sou eu queimando, na fogueira do pecado… Ava ainda está somente começando, isso parece ser certo, e o lucro é nosso. Em todo disco Trança, nossa musa mostra uma verve e bom gosto de quem sabe que o lance é arte.
Eu fiquei bem impressionado com Daniel Groove, que se arrisca como poucos na tocante Levante, uma das mais legais do álbum Boa Nova, onde o cearense de despe de exageros e acompanhamentos virtuosos, para se concentrar na força de suas composições. As comparações com o “PadreJoãoMístico” são exageradas, mas é inegável que o estilo do cara flui bem em todo trabalho, que o coloca na mira de toda cena por ótimos motivos.
Anelis Assumpção é outra com um DNA interessante na playlist, mas isso não fez nenhuma diferença, já que basta ouvir – Segunda a Sexta, que fica fácil entender o motivo de Anelis ter virado uma das cantoras e compositoras mais relevantes da atualidade. Em Taurina, seu terceiro trabalho solo, temos eco da vanguarda paulistana, do afro beat e também de Rita Lee e Roberto de Carvalho, tamanha a capacidade de soar pop, mesmo em canções mais sofisticadas.
O dreampop psicodélico chegou com força já há algum tempo no Brasil, e o grupo Cora de Curitiba é um bom exemplo disso. Liderado por Katherine e Kaila desde 2013, lançaram esse ano o álbum El Rapto, de onde tiramos o pop sonhático Milonga, que ficou linda em espanhol, conferindo ainda mais identidade ao som.
Quem Sobra com o Asfixia Social era escolha esperada aqui no blog ;-), mas a real é que essa pancada tem um puta riff e a letra politizada daquelas que vale a pena decorar, cheia de passagens emblemáticas como… são os juízes mais bem pagos pela corte, pra fazer parecer que existe luz na escuridão… QUERO VER QUEM VAI SOBRAR !!
Os paulistanos do Terno Rei evocam o pós punk oitentista em Solidão de Volta, canção que dá nome ao álbum e que mostra o quão seguros estão de sua sonoridade que representa bem a desesperança de viver em um centro urbano, emulando toda melancolia da paulicéia e seus dias cinzas. O tom é meio fúnebre daqueles que dão um nó na garganta de todos, mas que ao mesmo tempo move a roda da vida.
O grupo Francisco el Hombre é formado por irmãos mexicanos e músicos brasileiros, ajudando-os a navegar por diferentes idiomas, numa busca de conexões da América Latina com o mundo, ignorando fronteiras. Em 2018 antecipou o emocionante single O Tempo É Sua Morada, que fala sem rodeios da perda e da morte. A canção teve seu clipe lançado no dia de finados, ou dia de los muertos, no México, e aproveita a mensagem para sensibilizar o público sobre a importância da doação de órgãos em parceria com ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).