Já dizia Bob Marley – “Better to die fighting for freedom then be a prisoner all the days of your life.”
Nos anos 70 Bob Marley era mais do que um cantor, era a voz da revolução, e que no auge de sua fama em 1976, sobreviveu a uma tentativa de assassinato em meio a uma guerra política na Jamaica, em evento até hoje não esclarecido pelas autoridades.
Bob Marley foi escolhido para o lançamento da série de documentários musicais ReMastered, que além de Bob, vai mostrar a vida e arte de Johnny Cash, Jam Master Jay (Run-DMC), Sam Cooke, Victor Jara, The Miami Showband, Robert Johnson e Solomon Linda.
Ao focar na tentativa de assassinato de Bob Marley como fio condutor da história, o filme acerta em cheio, pois mostra sua força como maior referência da Jamaica, onde se recusou a ser cortejado pelos principais políticos do país, optando por se declarar como rastafari em contraposição ao capitalismo ou socialismo.
A tentativa de assassinato aconteceu na capital Kingston, em 03 de dezembro de 1976, época em que o movimento reggae era reprimido no país, que envolto em problemas políticos e econômicos em plena Guerra Fria, assistia uma luta pelo poder entre facções apoiadas tanto por Cuba quanto pela CIA .
A musicalidade de Bob Marley também está presente em “Remastered”, que conta com depoimentos de músicos como Jimmy Cliff e Wayne Jobson, políticos como o ex-primeiro ministro Edward Seaga e jornalistas como Vivien Goldman.
O filme usa registros do Smile Jamaica Concert, festival que ocorreu poucos dias após o incidente, e que foi realizado como uma tentativa de amenizar a tensão da ilha, buscando promover a paz e união através da música.
Mesmo ainda se recuperando do atentado, Bob Marley fez questão de comparecer, e receber no palco os políticos que lutavam pelo poder, em prol do fim da violência na Jamaica.
O grande mérito do documentário, é mostrar o caráter humano do mito, que não por acaso se tornou um grande símbolo de liberdade e humanidade, predicados hoje mais do que necessários para o fim dos conflitos no Brasil e no mundo.
Emancipate yourselves from mental slavery. None but ourselves can free our minds.