O Deep Purple é uma verdadeira instituição roqueira, com passado glorioso, que apesar das inúmeras formações e hiatos, se consagrou junto a bandas como Led Zeppelin e Black Sabbath como uma das fundadoras do Hard Rock e do Heavy Metal.
Mas os caras são muito mais do que isso, pois forjaram seu estilo com um híbrido de Rock e Blues eletrificado muito influenciado por Hendrix, Cream, Vanilla Fudge e The Yardbirds, e que se diferenciou de todos na época pela influência do Jazz e da música erudita, criando verdadeiras suites musicais, com espaço para riffs, progressões e solos de guitarra, baixo, teclados e bateria.
Sua formação mais clássica tinha os fundadores Ian Paice (bateria), Jon Lord (teclados) e Ritchie Blackmore (guitarras), que se consagraram mundialmente com Roger Glover (baixo) e Ian Gillan (voz).
Desse quinteto, 3 membros estavam presentes nesse que pode ter sido o último tour dessa banda tão amada no Brasil, que trouxe nas guitarras o exímio Steve Morse, no Purple desde 1994, e nos teclados Don Airey, que desde 2001 se apresenta com a banda, e que ao vivo mostra o porque foi escolhido pelo próprio John Lord para ser seu substituto.
Apesar das conturbadas vendas para o Solid Rock, que ainda contou com Tesla e Cheap Trick, o clima na Allianz Arena estava ótimo, com uma verdadeira mistura de adeptos de diversas faixas etárias, mostrando que o tempo foi pródigo e trouxe novos fãs para a banda, apesar de não estarem mais no radar cool da mídia e dos “modernos” influenciadores das redes atuais.
[red_box]Caras com a história e o talento do Deep Purple dispensam esse hype sem problemas, afinal contam com hits do calibre de Hush, Black Night, Lazy, Perfect Strangers, Strange Kind of Woman, Knocking at Your Back Door e Smoke in the Water, todas presentes no repertório dessa super noite em São Paulo.[/red_box]
O som foi melhorando ao longo da noite, sendo possível identificar o alto nível técnico de cada músico, Gillan, mesmo sem a voz e super gritos de outrora, se mantém afinado e conduz bem a relação com o público, Glover e Paice, talvez sejam a cozinha mais entrosada do rock mundial e mostraram isso ao longo de 1,5 horas de show.
Steve Morse, como sempre toca muito, é um virtuose e tem uma palhetada tão característica que mesmo em Smoke on the Water, impõe seu estilo sem desvirtuar os clássicos da banda, mas é mesmo o tecladista Don Airey que comanda o show nessa versão 2017 da banda, se posicionando no centro do palco como um maestro, pontuado cada canção com solos incríveis e valorizando toda história e alma que fez do Purple uma lenda do rock.
O show começou pesado e sem firulas entre as 4 primeiras canções, mostrando a ótima forma dos caras e levantando a galera com seus eternos hinos roqueiros.
Confesso que me surpreendi positivamente com o show, foi emocionante ver a garra e talento dos veteranos músicos, e conferir de perto mais uma vez essa lenda do rock. Vejam vocês mesmos o clima do show nos vídeos de fãs que selecionamos no YouTube !!Os eternos Deep Purple, merecem sempre nossa acolhida, relevantes e felizes de estarem mandando bem nessa estrada de 5 décadas de shows e álbuns que marcaram gerações.
Fiquem com o setlist do Deep Purple em São Paulo – Dezembro 2017- Highway Star
- Pictures of Home
- Bloodsucker
- Strange Kind of Woman
- Uncommon Man (dedicada para Jon Lord)
- Lazy (+ keyboard solo intro)
- Birds of Prey
- Knocking at Your Back Door
- Solo Don Airey
- Perfect Strangers
- Space Truckin’
- Smoke on the Water Bis
- Hush (Joe South)
- Black Night