Top 10 álbuns de 2017 e de quebra uma playlist com as 50 melhores canções de 2017
Pelo quinto ano seguido o blog Vi Shows monta sua lista de melhores álbuns do ano, e confesso que foi bem difícil montar a seleção com o TOP 10 de 2017, até porque teve MUITA coisa boa nesse ano, que vai entrar na história pela quantidade de grandes sons em todas principais vertentes musicais.
Foram mais de 150 audições de artistas brasileiros, argentinos, colombianos, cubanos, mexicanos, jamaicanos, canadenses, norte americanos, franceses, ingleses, irlandeses, escoceses, holandeses, italianos, suecos, dinamarqueses, malineses, nigerianos, australianos e neozelandeses.
Disso tudo fiquei com cerca de 60 artistas e bandas, para compor 2 listas… Top 10 Álbuns de 2017 (plus menções honrosas) e a Playlist com as 50 melhores canções de 2017, possibilitando a entrada de singles, EPs e lançamentos ao vivo na lista.
[red_box]Chegou a hora !! Lista Vi Shows dos 10 melhores álbuns de 2017 !![/red_box]
#10 – Thundercat – Drunk
Esse som me surpreendeu mesmo. Eu não conhecia “Stephen Bruner”, nome real do baixista, cantor e produtor Thundercat, que já trabalhou com artistas diversos como Suicidal Tendencies, Erykah Badu e Kendrick Lamar, com quem dividiu um Grammy pelo álbum “To Pimp A Butterfly”.
Thundercat chegou à perfeição em Drunk, seu terceiro trabalho como solista, numa super mistura tecnológica de jazz, soul, funk e rap, abrindo novos caminhos, manipulando tempos e tons como numa trilha de videogame futurista.
Dessa forma, Thundercat nos leva numa viagem onde a garantia é o balanço certeiro da proposta criativa do músico.
Não é mesmo um disco de rock, nem sei como classificar o álbum, mas é tão animal que tem que estar na lista.
Sons obrigatórios : A Fan’s Mail (Tron Song II), Show You the Way (feat. Michael McDonald & Kenny Loggins), Tokyo e Friend Zone.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/7vHBQDqwzB7uDvoE5bncMM
#09 – Chicano Batman – Freedom is Free
Direto de Los Angeles, o Chicano Batman chega ao nono lugar da lista, com sua sonoridade cheia de influências de soul, latinidades e psicodelia.
Freedom is Free (2017), é um discaço, com o grupo inspirado tanto musicalmente quanto conceitualmente, equilibrando mensagem política e clima de festa, se colocando de frente na luta contra um mundo de opressão, injustiça e medo, mas faz isso tudo sem parar de curtir ou dançar.
Talvez sejam, ironicamente, o maior representante latino no rock alternativo, até porque “Freedom is Free” tem ótimas canções em espanhol.
Mas os caras não ficam somente nisso, apresentam grooves urgentes, com teclados retros, mas que soam mordazes como a própria banda, sempre crítica na combinação de referências, visitando tanto a Tropicália, quanto a soul music da face engajada.
Sons obrigatórios : Freedom is Free, La Jura, Friendship e Passed you By.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/0237QvzXmB5IRNNyih7ty3
#08 – Ryan Adams – Prisoner
Ryan Adams é um compositor daqueles capazes de lançar um super álbum quase todo ano, e aqui no blog é um dos artistas mais acompanhados de perto.
Prisoner se não é o melhor disco de toda carreira, está na mesma onda dos inspirados Heartbreaker (2000), Rock N Roll (2003), Easy Tiger (2007) e Ryan Adams (2014).
Conseguindo mostrar evolução no seu AltRock super yankee mas que parece emular diversas influências, se esbaldando em doses certeiras de melancolia e euforia roqueira.
No álbum foco nas guitarras que soam pauleira em algumas canções, mas flertam com o o romantismo e a “dor de cotovelo”, tudo num cenário repleto de botas, chapéus e camisetas de bandas hardcore, ou seja, o planeta Ryan Adams.
Cheio de sonzeiras perfeitas para cantar junto, tocar air guitar e lembrar dos Smiths e do AC/DC ao mesmo tempo !! Juro, isso é possível !! Predicados suficientes para ficar bem na lista de álbuns do ano.
Sons obrigatórios : To be without you, Anything I Said to You Now, Do You Still Love Me e Shiver and Shake.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/7ypd9BywGTQ1fwggsZ3Fru
#07 – Alvvays – Antisocialites
Com incrível sonoridade dreampop, viajantes guitarras Telecaster, e melodias solares de Molly Rankin, a banda canadense se firma nesse segundo álbum como uma matriz de gemas poprock de primeira.
São daqueles grupos que parecem ter canções bem simples, mas que ao se ver de perto surpreendem pela consistência dos arranjos e da sobreposição de cada camada sonora.
Não existe desperdício em nenhuma passagem de Antisocialites, disco daqueles prontos para curtir na íntegra, aproveitando bem o mantra das melodias de cada instrumento, numa genial busca da perfeição através de delicados efeitos e climas de sonho de verões juvenis.
Sons obrigatórios : In Undertow, Dreams Tonite, Plimsoll Punks e Already Gone.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/7CCwkPweMxKq8yWkVerH6T
#06 – Gorillaz – Humanz
O combo de Damon Albarn e Jamie Hewlett nunca chega na cena sem grandes idéias e pretensões, e mais uma vez detonaram com um dos melhores trabalhos do ano nesse quinto álbum da carreira.
Humanz conta com perfeita alquimia nas colaborações com Grace Jones, De La Soul, Jehnny Beth, Noel Gallagher, Danny Brown, Popcaan, Benjamin Clementine, D.R.A.M e Vince Staples.
A parte musical tem vida própria, o que garante ao Gorillaz a sexta posição na lista, mas é inegável que o impacto visual também conta muito na fórmula dos caras.
Combinam como ninguém o espírito pop/hip hop da atualidade, mas abusando da pegada roqueira clássica, combinando todo esse background da banda e convidados, com letras conectadas e engajadas como poucas bandas “dançantes” conseguem no planeta.
Entre as principais canções, o álbum é recheado de narrações e passagens que deram ao trabalho uma cara de trilha sonora de 2017, evocando a positividade e o poder das pessoas para que o mundo se mexa e evolua.
Sons obrigatórios : Saturnz Barz, We Got the Power, Carnival e Hallelujah Money.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/0NvirtaDCaZU5PAW1O5FDE
#05 – Liam Gallagher – As You Were
Foi realmente coincidência essa dobradinha Blur x Oasis nas sextas e quintas posições, até porque nunca imaginei que Liam Gallagher, ótimo cantor mas que não me convencia como compositor, pudesse soltar um trabalho tão bem acabado e inspirado como As You Were.
Com perfeita combinação entre rocks energéticos, baladas e levadas pop descaradamente 60´s como só um Gallagher é capaz de criar, o disco surpreende pela sequência inicial, e pela coesão de letras e levadas de ótimas guitarras, que se completam com versos pessoais e diretos.
Se fosse um trabalho da sua banda original, As You Were estaria entre os 3 melhores álbuns do Oasis, o que nunca é pouco, em se tratando de um legado de tamanhas proporções.
Liam conseguiu nesse ano se reerguer, o que é ótimo para todos, afinal são poucas as estrelas do rock atual com a combinação de auto indulgência e revolta quando o mais novo dos Gallagher.
Sons obrigatórios : Wall of Glass, Greedy Soul, For What´s Worth e I Never Wanna Be Like You.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/2V3WS9tlPYmscBNWHHYu9X
#04 – Royal Blood – How Did We Get So Dark?
O duo original de Brighton (UK), formado por Mike Kerr (baixo e vocais) e Ben Thatcher (bateria) não é mais uma aposta, e em 2017, com o segundo álbum de inéditas, deixam isso bem claro, num trabalho cheios de guitarras e elementos de garage rock, dentro de uma estética que relê os anos 60 com o filtro e tecnologias atuais.
How Did We Get So Dark? consegue ser cativante já na primeira audição, modernizando o blues rock com a dose certa de psicodelia e batidas primais que trazem o estilo de volta ao básico.
Mas o segredo desse super trabalho está no tratamento especial que conferem a cada canção, tornando “rock” todo tipo de melodia e ritmo que eventualmente tenham passado pela cabeça dos caras.
A renovação do estilo está em boas mãos, encaram bem a responsabilidade com brilhantismo e pegada para dar um novo folgo ao Rock.
Sons obrigatórios : I only lie when I love you, Lights Out, How Did We Get So Dark? e Where are you Now?.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/3Rz6kF8eGqrDOEteo5YsBj
#03 – Arcade Fire – Everything Now
O Arcade Fire rompeu já no segundo disco o universo indie, mas continuam sendo uma banda desafiadora e que apesar do apelo pop, se levam à sério na busca de conceitos originais e em interpretar a época em que vivemos.
O álbum pode não ser o mais brilhante do combo radicado no Canadá, mas sem dúvida é perfeito em conseguir explicitar a urgência estéril da “modernidade”, celebrando a informação em detrimento do conhecimento, e emburrecendo a cada dia pelo consumo massivo de manipulação midiática.
Consegue canção por canção contar nossa história em Live Mode, criticando a urgência em viver conectados sem viver a vida, buscando o prazer imediato da futilidade e superficialidade do mundo e de nossas realidades.
Podemos criticar os teclados no estilo ABBA, mas também podemos ver o Synthpop europeu bem representado no álbum, sem nenhuma vergonha de soar populares e de se fazerem compreender.
Sons obrigatórios : Signs of Life, Creature Confort, Chemestry e Put Your Money on Me.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/1DNojVW079FU9YnAMk3Cgr
#02 – Queens of the Stone Age – Villains
Há anos que as melhores guitarra do rock são comandadas por Josh Homme, que parece ser o mais produtivo e criativo dos rock stars que surgiram dos 90´s para cá, concorrendo com Damon Albarn do Blur, Gorillaz e etc, como o artista com mais projetos legais em paralelo com sua “banda” principal.
O mais interessante é que apesar da postura de macho alpha , quando o cara quanta é surpreendentemente delicado, sem usar os clichês do drive e abusando de falsetes suaves e precisos, parece as vezes mais um cantor de jazz do que um band leader de uma banda cheia de guitarras.
Em Villains o QOTA encontra o perfeito equilíbrio entre o peso tradicional do grupo e o rock pronto para ser pop e voltar a ser dançante.
Talvez seja essa a maior contribuição do produtor Mark Ronson, que manteve a unidade sonica do combo, mas em canções como o hit ‘The Way You Used To Do’ conseguiu um hit maior que qualquer previsível rótulo musical.
Ainda assim continua sendo um trabalho com o DNA da banda, cheio de guitarras perfeitas, linhas de baixos criativas, e melodias cativantes mesmo nos refrões mais esquisitos. sempre buscando a combinação de peso e levadas de apelo certeiros.
Sons obrigatórios : The Way We Used to Do, Domesticated Animals, Fortress e Head like a haunted House.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/6JdX9MGiEMypqYLMKyIE8a
#01 – Father John Misty – Pure Comedy
Para escolher o melhor álbum de 2017 levei em consideração a combinação de grandes canções com uma leitura que pudesse definir o ano e nossos tempos.
Nesse sentido Father John Misty conseguiu entregar até mais do que o prometido.
Recomendo escutar sem pressa, degustando canção por canção, letra por letra, até sacar as sutilezas e ironias que se refletem nas letras e melodias, conferindo a “Pure Comedy” o equilíbrio musical e lírico certeiro para essa ambiciosa empreitada, envolvendo desde a capa do álbum até os bem sacados vídeos, dando um sentimento de unidade a todo trabalho.
No disco pegamos o artista versando conceitualmente sobre a vida, encarando a difícil tarefa com doses maciças de um humor corrosivo e sarcasmo, confundindo e vandalizando nossas estruturas sociais. Afinal somos simples animais numa batalha maslowiana oblíqua.. hahaha.
O álbum progride sem deixar de lado as boas vibrações, com os arranjos e a musicalidade de cada canção combinando perfeitamente como antídoto da difusão de ódio, frustração e da constatação niilista de nosso não futuro.
Como álbum é inegável o apelo de “Pure Comedy”, conseguindo em plena era do EU, ser verdadeiro, poético e brilhante em todas faixas, encarando de frente tanto o crooner quanto a mitificação midiática do próprio personagem.
Sugiro a todos que deixem o Pure Comedy rolar sem pressa, desfrutando e descobrindo as canções de forma mais natural, percebendo com mais clareza todas nuances e colagens de idéias que compõe a magia do álbum.
Sons obrigatórios : Pure Comedy, Total Entertainment Forever, Ballad of the Dying Man, Leaving LA e Two Wildly Different Perspectives.
Spotify Link : https://open.spotify.com/album/3CoFoDt6zt5EKxmTpOX32b
PLAYLIST COM 41 SONS OBRIGATÓRIOS DOS TOP 10 ÁLBUNS DE 2017
Menções honrosas :Muitos outros álbuns quase entraram na lista, do Brasil se destacaram os baianos do Maglore com uma ótima fusão de pop, psicodelia e mpb, e o rap do Baco Exu do Blues. Das Minas Gerais o hip hop de Djonga também mostrou serviço, completam o time o Sepultura que se renovou bem e ganhou novamente o mundo em Machine Messiah, Otto com o experimental Ottomatopeia, os Boogarins com a psicodelia deprê de Lá vem a Morte, além do rock meio synthpop do Letrux que manda muito bem em Em Noite de Climão.
Nossos vizinhos argentinos contribuíram com o ótimo El Mato a Un Policia Motorizado, que mostrou força em todo álbum La Sintesis O´Connor , mas o grande destaque da cena local foram os Los Espiritus, que no disco Agua Ardiente cometeu um dos melhores álbuns viajandões do planeta.
[red_box]Entre os veteranos muito álbuns legais de artistas como Robert Plant, Depeche Mode, Foo Fighters, Beck, Indochine e Morrissey.[/red_box]
Quem também quase entrou na lista foram os malineses do Songhoy Blues, que tem guitarras maravilhosas e que representam bem a renovação do cenário musical oriunda de novos centros no inspiradíssimo Résistence.
Vale citar ainda Courtney Barnett e Kur Vile (Lotta Sea Lice), Fever Ray (Plunge), Future Islands (The Far Field), Mastodon (Emperor of Sand), Girlpool (Powerplant), Honeyblood (Babes never die), The Horrors (V), Kate Tempest (Tunnel Vision), King Krule (The OOZ), LCD Soundsystem (american dream), Phoenix (Ti Amo), Sheer Mag (Need to feel your love), St.Vicent (Masseduction), SZA (Ctrl), Wolf Alice (Visions of a life), Wolf Parade (Cry Cry Cry), The XX (I See You), Cigarettes After Sex (Cigarettes After Sex), Deap Vally (Femejism) e Fufanu(Sports).
Lembrando que lista é lista, cada um faz a sua, mas vamos adorar ouvir sua sugestão de som que represente como um “TOP ÁLBUM DE 2017”.
[highlight color=”blue”]Como última gentileza para o planeta, criamos a PLAYLIST SPOTIFY – MELHORES SONS DE 2017 – com a seguinte sequência matadora de artistas : Wolf Parade, Woods, Unknown Mortal Orchestra, Ty Segall, TORRES, Thundercat, SZA, Superorganism, St.Vincent, Songhoy Blues, Sheer Mag, Ryan Adams, Robert Plant, Protomartyr, Priests, Phoenix, Paul Weller, Maglore, Los Espiritus, King Krule, Liam Gallagher, Kate Tempest, Jaws of Love,Japanese Breakfast, Indochine, The Horrors, Honeyblood, Goat Girl, Future Islands, Foo Fighters, Father John Misty, El Mato, Depeche Mode, Courtney Barnett e Kurt Vile, Chicano Batman, Cabbage, Boogarins, Big Thief, Belle & Sebastian, Ariel Pink, Arcade Fire, Alvvays, Queens of the Stone Age, Letrux, Tagore, Cigarettes After Sex, Morrissey, Djonga, Prophets of Rage e Gorillaz.
[/highlight]Confiram o TOP 10 de 2016 e as listas de melhores discos de 2015, 2014 e 2013.
Vocês sequer citarem ” Shade” do Living Colour é quase uma heresia!! rs…
Ótima Lista e na minha opinião, só faltou Portugal The Man
Tem só um pequeno equívoco na lista (que está esplêndida). Femijism (Deap Vally) é um álbum de 2016. Fora isso, parabéns pelo trabalho. Quando minha lista estiver pronta eu posto por aqui também.
Vdd mesmo – grato pelo comentário 😉
Aqui vai minha listinha de 20 melhores álbuns (com algumas semelhanças com a da página): https://dhiancarlomiranda.wordpress.com/2017/12/18/os-melhores-albuns-de-2017/
Adorei a lista ! já tinha visto 🙂 parabéns