Esses foram os melhores shows que o U2 fez no Brasil
Todas vezes que o U2 veio a São Paulo se apresentou no mesmo Morumbi, estádio que envelheceu bem mais que o quarteto irlandês, e entre meu primeiro show da banda em 1997 e esse derradeiro em 2017, se passaram 20 anos com outros 2 mega concertos dos caras no caminho. Claro que não tinha como não estar lá… já que em meados dos anos 80, antes mesmo do celebrado álbum que dá nome ao tour, o grupo de Bono, The Edge, Adam e Larry era venerado pela garotada pelos petardos pós punks e pacifistas como “A Sort of Homecoming” , “Gloria”, “New Years Day”, “Pride (In the name of love), “I Will Follow” e “Sunday Bloody Sunday”.E justamente com o som da batida marcial de Sunday, que Larry Mullen Jr começa o show, que animal 😉 – energia total, mil vezes melhor do que a mesma banda em 1997, que no PopMart Tour achou legal focar na mensagem da canção, e tocou o hino, cantada por The Edge na ocasião, em anticlimática versão folk.
Bola dentro do U2, afinal, estamos no planeta terra de 2017, onde a galera quer cantar junto e transmitir a alegria/privilégio ao vivo no Instagram e Facebook para todos, sem ninguém se importando se atrapalha ou não, já que mesmo pertinho do palco você é obrigado a assistir o show entre centenas de telas de gadgets cibernéticos.Sinal dos tempos, eu entendo bem essa ansiedade e urgência, mas segue o show !!
[red_box]Lembrando que a culpa desse fenômeno não é da tecnologia (veja aqui o que diz o sábio DJ Don Letts…), mas a proeza do U2 foi sacar essa megatendencia dos primatas humanos, e após visitar seus primeiros hits em rocks diretos e ainda muito instigantes, resolveu jogar na cara de todos a maior tela de celular de todos os tempos… [/red_box] Pronto, vocês perderam, nem o mais abastado boy da paulistania teve como ganhar do U2 nesse quesito !! Assim a banda inicia a sequência de canções de seu mega álbum Joshua Tree (1987), com uma série de super imagens a cargo do diretor Anton Corbijn.Daniel Lanois, que produziu “The Joshua Tree” com Brian Eno, inclusive participou do show dando o tom etéreo na política canção “Mothers Of The Disappeared“.[blue_box]Após pequeno intervalo, a banda voltou para a última parte do show, visitando canções dos anos 90, 00’s e mesmo mais recentes, utilizando os telões para se mostrar como artistas Pop antenados e modernos, apesar da total ausência de millennials na plateia.[/blue_box]
No Brasil eles causaram como sempre, nos alertando que Censura é sinônimo de tempos sombrios, e que Ordem e Progresso sem o Amor na equação não servem pra nada.
A mensagem era clara, e deu para refletir em tudo isso, enquanto assistíamos o super show, que nos mostrou que mesmo cercado por um mar de celulares, o U2 ainda consegue dar conta do recado musical e nos obrigar a seguir a carga imagética das histórias que se esmeram em nos contar. O U2 chegou de bem com a vida e super inspirado para os shows no Brasil, até porque é fácil perceber que o caráter irlandês ☘️ combina mesmo com o nosso, motivo extra para a espontaneidade do relacionamento dos caras com o público e com “as coisas” do planeta patropi.