O Midnight Oil tem no Brasil um grande público, prova disso é que a banda colocou o país como prioridade no The Great Circle 2017 World Tour, que está marcando a volta oficial do grupo aos palcos, e após os shows de retorno na Austrália, chegaram ao Brasil para um tour de 04 cidades, antes de caírem no mundo nos próximos meses.
O público era na grande maioria composto por saudosos dos anos 80, em parte porque o último trabalho de inéditas dos caras tenha sido Capricornia (2002), e também por que nesse meio tempo, seu líder o vocalista Peter Garrett, tenha se dedicado somente à carreira política no partido trabalhista australiano.
Mas sinceramente a “moçada” perdeu, pois raríssimas bandas atuais conseguem ao vivo fazer um show do naipe dos Oils, que em mais de 2 horas mostraram que vão bastar um ou dois discos de inéditas, para que assombrem medalhões da mesma era ainda na ativa como o U2, New Order e Depeche Mode.
Em todos os quesitos, o Midnight Oil está bem na foto, e seu retorno ajuda a colocar a banda onde merece no cenário rocker.
De cara mostraram que tinham cartas de sobra para fazer uma apresentação histórica, abrindo o show com Blue Sky Mine e Truganini, dois de seus maiores hits radiofônicos por aqui.
Com a banda visivelmente empolgada e com Garrett literalmente gigante, desengonçado como sempre, intenso nos olhares e gestos e com a voz potente e clara como no auge da banda entre os 80’s e inícios dos 90’s.
O baterista Rob Hirst também era um espetáculo, preciso e com levadas sempre empolgantes, ajudou a levantar a galera com seu tradicional carisma no momento “quase acústico”, quando foi para a frente do palco, cantando bem e agitando prá valer.
Os outros Oil’s estavam com um sorriso e empolgação adolescente, destacando as ótimas guitarras de Jim Moginie e Martin Rotsey, que levaram marmanjos às lágrimas em interpretações ótimas de My Country, When the Generals Talk, Luritja Way, US Forces, Beds Are Burning e Forgotten Years.
Vale mencionar os vocalizes certeiros do baixista Bones Hillman, no grupo desde 1987 e que somado ao versátil músico de apoio que se responsabilizou por sopros, teclados e percussão, dando unidade a todas canções do show.
Uma coisa eu garanto, o Midnight Oil estava lá de verdade, não era um lance forçado, a paixão estava presente em cada som, o Aussie rock pode se orgulhar de ter essa super banda, que junto a outros grupos mega consagrados, fazem o alicerce do som local que desde os anos 60 apresenta grandes artistas ao pop e rock global.
Foi uma noite brilhante dos caras em São Paulo, o show não teve muito respiro, aceleraram e não deixaram muitas surpresas para o final, a não ser a garantia de que todos precisam de uma banda como essa, até mesmo quem não foi no show ou mesmo quem não conhece a banda.
Foram 15 longos anos sem a banda … obrigado Midnight Oil, o rock precisa urgente de vocês, uma banda que tem a mensagem certa para os dias de hoje, em canções com mensagens que soam até mais atuais hoje do que na época em que foram lançadas.
[red_box]Legítimos herdeiros do punk e do pós punk do final dos 70´s. Vida longa ao Midnight Oil !![/red_box]
Confiram o setlist do Midnight Oil – Abril de 2017 em São Paulo
- Blue Sky Mine
- Truganini
- Too Much Sunshine
- Redneck Wonderland
- Under the Overpass
- King of the Mountain
- Short Memory
- Earth and Sun and Moon
- Power and the Passion
- Antarctica
- Only the Strong
- Arctic World
- Warakurna
- Dreamworld
- My Country
- When the Generals Talk
- Luritja Way
- US Forces
- The Dead Heart
- Beds Are Burning
- Read About It
- Forgotten Years
bis
- Put Down That Weapon
- Now or Never Land
- Sometimes
Cara, fui em 93, na primeira vez que vieram ao Brasil, em 97 fui em todos os shows em São Paulo e novamente estava lá esse ano. A mensagem continua, o rock, a presença. Um bruta show do começo ao fim. Não é qualquer banda que consegue abrir com um dos seus maiores hits, passar por um monte de faixas icônicas e acabar o show realmente deixando a gente com a certeza de que os caras ficaram muito tempo parados. Parabéns pelo artigo.