A banda Death fez fama por ser uma banda punk antes do punk dos Ramones e Sex Pistols. Estiveram em São Paulo em 2017 para super show no Sesc Pompéia e o blog Vi Shows fez questão de conferir.
Para saber mais sobre a trajetória da banda recomendo o documentário A Band Called Death – veja aqui o trailer.
[blue_box]Quem viu a versão 2.0 do Death nessa gelada quinta feira na Pompéia teve o privilégio de se divertir como nunca e presenciar de perto como um power trio entrosado pode ser tudo que um show precisa para ser completo.[/blue_box]O legado dos irmãos Hackney pode ter demorado décadas para ganhar vida e ser devidamente reconhecido como merece, mas sua arte resistiu ao tempo pela qualidade das canções e pelos arranjos incríveis e inventivos que criam climas e levadas geniais em quase todas composições.
Os caras começaram com Keep on Knocking, e evocando Chuck Berry nos lembraram que o rock é mesmo uma forma de se divertir, e mesmo com o Sesc ainda enchendo, afinal o trânsito estava infernal na paulicéia, o carisma e voz de Bobby Hackney começou a dar o ar da graça, interagindo e conquistando os presentes.
O baterista Dannis de chapéu e quase todo de vermelho, era um espetáculo à parte, mandando peso e swing nas batidas, conseguindo ser funky, veloz e intenso conforme cada canção, e no seu pequeno solo levantou a galera esbanjando técnica.
O guitarrista Bobbie Duncan que tem a inglória tarefa de substituir o mentor da banda David Hackney, integra de forma brilhante o grupo, com licks intrincados de guitarras, solos criativos e super presença que encantou os presentes. É um mestre da guitarra, toca sem nenhum pedal ou efeitos, se garante mesmo com a velha distorção dos cabeçotes Marshall de seus amplificadores.
Ouvi todos comentários durante e após o show… uns punks antigões acharam histórico valendo a alcunha de protopunk do Death, já outros rockers me falaram que lembraram até do Living Colour, mas esse blogueiro viu na performance do Death todos elementos que fazem do Rock um estilo sem igual, cheio de fúria juvenil e heranças negras vinda do blues e spirituals.
No show o Death teve momentos de muito soul, outros com peso e cadências que eram puro Black Sabbath, passagens Reggae e acima de tudo… o mix certo entre diversão e conscientização política, como no incrível final com a mítica sonzeira de “Politician in my Eyes”.
Após a apresentação o público ainda ficou por lá, curtindo a atmosfera e trocando impressões, até notarmos os caras por logo alí, confraternizando com os adeptos e fechando bem uma noite onde os caras devem ter sido por diversos momentos a maior banda do mundo, mesmo que num quase segredo compartilhado por poucos… coisas que acontecem sim… em especial com uma banda chamada Death.