A maioria das bandas de rock que chegam nessa fase da carreira estão já preocupadas em reviver o passado, lançar compilações e revisitar álbuns e o repertório clássico, mas isso não parece fazer parte dos planos de Bobby Gillespie, vocalista e líder solitário do Primal Scream que desde 1982 está na batalha.
Se manter relevante parece ser uma eterna obrigação para os caras, que ao longo da carreira sempre se arriscaram em não se apegar a nenhuma fórmula, garantindo aos adeptos discos singulares como Screamadelica (1991), Vanishing Point (1997), XTRMNTR (2000), Beautiful Future (2008) e agora Chaosmosis, todos bem diferentes entre sí e que mostram a banda na busca constante de direções.
O certo é que em Chaosmosis o Primal Scream consegue ser a banda de sempre mas se apresentar mergulhada numa pegada pop e synthpop bem conectada às tendências atuais, ainda mais explicitadas nas participações especiais de Sky Ferreira, em super dueto na dançante “Where the light gets in”, e das garotas do Haim nas ótimas “Trippin´on yout Love” e “100% or nothing”.
O fato de ser eminentemente pop, sem querer ser político ou revolucionário foi a sacada dos caras, e o pop precisa mesmo de coisas bem feitas e que tenham alguma alma, ainda mais quando vem de uma mente criativa e acostumada a aventuras musicais como o Primal Scream, que já foi do soul para a psicodelia, do rock para as raves, do Dub para a Dance music, com Bobby sempre aditivado e preocupado em produzir e se expressar através da música.
No álbum além das parcerias de destaque vale lembrar de “Feeling Like a Demon Again”, “Golden Rope” e em especial da quase krautrock “Carnival of Fools”, bem adequada aos nossos dias, e que se não é a melhor, é na certa a mais divertida do inspirado Chaosmosis, marcando quem sabe mais uma década de viagens musicais dos caras.
[highlight color=”red”]Confiram Chaosmosis na íntegra – Vida longa a Bobby Gillespie e seu Primal Scream !![/highlight]