De cara simpatizei com o Fat White Family, além de ter um nome genial, os roqueiros britânicos produziram um sensacional disco de estréia – Champagne Holocaust (2013), que conquistou o Reino Unido e boa parte da Europa em 2014, se consolidando como uma das novas bandas mais promissoras.
Em 2011 eram uma banda típica de pub do sul de Londres, mas desde então o sexteto liderado pelo cantor Lias Saudi e pelo guitarrista Saul Adamczewski, é destaque tanto pela constante polêmica quanto pelos singles e vídeos instigantes. Já tocaram pelados, cobertos de merda, criaram polêmicas na mídia trollando os Arctic Monkeys, mas sempre performáticos, levam o artrock de 3 acordes a lugares nunca antes imaginados.
Na canção I Am Mark E. Smith, mostram bem seu plano de vôo, poder ser tão alternativos e performáticos quando o oitentista e iconoclasta The Fall de Mark E. Smith revisado para o Século 21… (não por acaso esse é o tema de uma das canções dos caras – confiram).
O que são então ? Talvez um proto pós punk cigano, bêbado e junkie, original na certa, mas ecoando um niilismo NoFuture como não se via desde o ocaso hippie de 1969, época dos MC5, Stooges, Velvet Underground, e de toda efervescência política e social daquela era revolucionária.
Como banda o Fat White Family me lembra mais o PIL que os Sex Pistols, mais o Birthday Party de Nick Cave do que qualquer banda Indie ou Alternativa atual, tudo embebido numa personalidade anárquica e performática que envolve o grupo como um todo.
Existe na certa um [highlight color=”red”]hype[/highlight] em torno dos caras, tanto que Londres ficou pequena e o caminho dos excessos acabou levando-os a um exílio dos tablóides sensacionalitas, procurando no cabecismo de Sean Lennon o produtor para um aguardado segundo álbum.
Diz a lenda que estão usando o estúdio analógico com o equipamento original de John Lennon… a conferir no segundo álbum (ainda sem previsão de lançamento).
Os shows e baladas dos caras continuaram a ser verdadeiras raves orgiásticas, alimentando a fama de mal nos USA, que precisando de novo sangue na cena roqueira, abriu espaço para o Fat White Family em talk shows e espaços alternativos, re-alimentando o buzz inicial.
Os Fat White Family se formaram das cinzas de duas bandas, já que em 2006 Saul estava nos The Metros que eram tidos como os novos Libertines, mas longe de atingirem o potencial implodiram em 2009, e o restante do combo se encontrava na formação roqueira The Saudis, liderado pelos irmãos Nathan e Lias Saudi, e que após se conhecerem num show dos The Metros, viram o potencial de desenvolver novos projetos.
Fiquem uma videografia introdutória ao universo da banda, primeiro o vídeo da brutal “Touch de Leather“, seguido dos singles “Is it rainning in your mouth” e “Cream of the Young“.
Fecha o pacote, apresentação recente no David Letterman, mostrando como o Fat White Family funciona ao vivo novamente em “Is It Raining In Your Mouth?“,