William Burroughs, o oráculo do rock

Imortalizado como a figura beat por excelência, o escritor William Burroughs virou, em suas últimas décadas de vida, um verdadeiro oráculo do mundo do rock. O velho Bill participou de clipes de bandas como Sonic Youth e Ministry, entrevistou David Bowie para a Rolling Stone norte-americana. E não parou por aí: Kurt Cobain acompanha Burroughs na leitura de um de seus escritos e Frank Zappa e Patti Smith pediram a bênção para o ícone da contracultura.

William Burroughs nasceu em Saint Louis, nos Estados Unidos, em 5 de fevereiro de 1914  e completaria hoje 100 anos. 

Em 1974, Burroughs entrevistou David Bowie para a Rolling Stone norte-americana

Leia a entrevista de Bowie a Burroughs em português no blog Socialista Morena.

O  filme Drugstore Cowboy (1989), dirigido por Gus Vant, retrata a vida de um pequeno grupo de junkies. Burroughs interpreta o padre Murphy, um velho viciado em drogas, que filosofa sobre a relação das drogas com a política. Veja o trecho:

Burroughs escreveu novelas, memórias e poesia. Ele também pintou, fez colagens, tirou milhares de fotografias, produziu centenas de horas de gravações experimentais, atuou em filmes e gravou mais cds do que muitas bandas de rock.

O pintor Francis Bacon (à esquerda) e William Burroughs ( Londres, 1989 – foto de John Minihan)

Na década de 1940, Burroughs mudou-se para Nova York, onde iniciaria sua carreira literária e faria amizade com Jack Kerouac e Allen Ginsberg, entre outros escritores beat. Teve inúmeras experiências com alucinógenos e foi viciado em diversas drogas, incluindo morfina.

Em 1951, matou sua mulher em um acidente com arma de fogo, o que ele próprio mais tarde reputou como experiência definidora para sua carreira de escritor. Dois anos mais tarde, lança sua obra mais conhecida, Junky, com o pseudônimo William Lee. Outro livro que o tornou conhecido foi Almoço Nu, lançado na França em 1959.

Na década de 60, o também escritor Norman Mailer afirmou: “William Burroughs é o unico romancista norte-americano que inegavelmente carrega genialidade em sua obra”. Burroughs morreu em 2 de agosto de 1997, na cidade de Lawrence, nos Estados Unidos.

 

“Não nos damos conta de até que ponto a história é ficção. O passado em grande parte é uma invenção dos vivos. E a história é um montão de coisas fabricadas. Não há fatos de verdade”

William Burroughs

Burroughs no clipe do Ministry (1992)

Burroughs com Sonic Youth


Kurt Cobain acompanha com sua guitarra leitura de Burroughs


O escritor e tradutor Eduardo Bueno, o Peninha, fala sobre Burroughs


Fontes: blog Socialista Morena , site Obvious (texto de Guilherme Ziggy)  e site da Editora L&PM.

Sou blogueiro, jornalista e criador de conteúdo. Pai de Lorena, santista e obcecado por literatura, cinema, música e política.

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