O quinteto referencia do alt-rock, cada vez mais soa como Pearl Jam, e em Lightning Bolt essa é a melhor notícia, pois o disco, primeiro de inéditas desde 2009, tem entre sons poderosos, solos irados e baladas sem excessos, a marca que prova a identidade sonora que conecta banda e público nos últimos 20 e poucos anos.
As letras continuam sim de responsa, o disco começa com “Everyone’s a critic…” 100% conectados aos novos meios, e se vê uma banda viva em estúdio, e que também encontra na estrada a energia para manter ativos sua gigante base de fãs. O álbum, ao mesmo tempo, me da a sensação de que escolheram mesmo fazer da estética Pearl Jam, uma nova espécie de rock clássico, mas ainda não é hora do grupo entrar nas programações das rádios de Rock Nostalgia.
Musicalmente estão mais fortes do que nunca, mas entrar na terceira década de rock é um desafio, em especial sem perder a relevância, onde talvez a vantagem de Eddie Vedder e Banda, seja ideológica, e com base no pensamento punk, conseguem ser uma das mais Indies entre todas bandas Mainstream.
Claro que os anos 90 já estão distantes, na época estavam no auge e eram o pop, na onda garageira de Seattle, o Grunge, que teve em Alive, Jeremy, Black, Corduroy e outros, os hinos de uma geração, mas basta ouvir as canções novas e constatar o frescor das composições, que chegam sem inovações ou modernices.
Assim o Pearl Jam pode se manter vital e relevante após tantos anos, afinal além de angariar novos adeptos, os caras souberam manter os agora “velhos” fãs. Sons como “Sirens” tem o peso certo, “Pendulum” se mostra atmosférica com inteligente presença de guitarras, e Vedder grita, murmura e nos velhos tons de sempre, garante seu espaço na lista de discos do ano com as ótimas “Mind your manners”, “Sleeping By Myself”, “Yellow Moon” e a minha preferida “Future Days”.
Fiquem o o single novo “Sirens”