O chamado movimento Punk que eclodiu nos anos 70, mudou todos paradigmas roqueiros, colocando novamente pessoas e artistas “normais” em destaque com a ideologia do Faça Você Mesmo (DIY- Do It Yourself), e nesse caso colocou um autêntico “Loser” como Dee Dee como referencia de uma geração.
Em Coração Envenenado – Minha Vida com os Ramones – (Editora Barracuda), não se explica o surgimento do punk, ou a história dos Ramones, e sim estilhaços de memórias, carregadas de autenticidade e da personalidade criativa, porém auto destrutiva, típica de um desajustado.
Dee Dee foi um cara que foi salvo pelo Rock de Garagem onde sabia se comunicar como poucos, tanto que mesmo fora dos Ramones, continuava compondo as melhores combinações de canções da banda, mas foi morto por seus próprios vícios e demônios.
O livro é assim, direto e reto, sem floreios… a verdade é que o mundo dos junkies sempre acompanhou Dee Dee (Douglas Glenn Colvin), desde a infância na Alemanha Ocidental, até las Calles Porteñas (onde morou, se envolveu e voltou diversas vezes – veja aqui El Ramone de Banfield), as drogas e as crises diversas marcaram o músico e todos ao seu redor.
Muito do valor do livro está na profundidade captada pela escritora Veronica Kofman durante os registros e pesquisas do livro, o clima não é sempre pesado, e histórias legais do inicio da banda e do relacionamento com músicos e ícones do Punk também valem a leitura por fãs inveterados, em especial por serem colocados em primeira pessoa.
Na real sem a força das composições de Dee Dee Ramone, muito da magia do grupo se perderia, e apesar da vida loka, o cara viveu sem limites, e deixou sua marca, ficando o livro como biblioteca básica de todo roqueiro de verdade.
Fiquem com os Ramones em performance clássica em 1988 na Finlândia