Por Renata Quirino
Tenho que começar esse post dizendo que nunca fui fã do Sonic Youth. Fui nos três últimos shows que o grupo fez no Brasil (inclusive o último da carreira, no SWU, em 2011), mas confesso que não dei muita atenção pros caras (na verdade meu namorado na época que era muito fã de Thurston & Cia). Não sei se torcia o nariz pra banda por achar ela superestimada demais, se o lance de eles terem uma carreira, digamos, não-linear, com discos muito bons e outros muito… hhhmmm, deixa pra lá, não quero nenhum fã me enchendo o saco criar polêmica, enfim. Mas depois de ouvir o disco solo do ex-guitarrista Lee Ranaldo, “Between The Times and The Tides”, lançado em 2012, algo mudou. Eu simplesmente ouvi esse disco todos os dias durante uns dois meses. “X-Tina As a Knew Her” não saia da minha cabeça. Me apaixonei.
Quando soube que ele ia tocar no Brasil fiquei eufórica. Quando soube que era no Sesc, meu Deus, duplamente eufórica (aliás, já disse aqui o quanto eu amo o Sesc? Esse assunto merece um post, pois já perdi as contas de quantos shows sensacionais já vi nesse lugar). Voltando ao show: Lee Ranaldo fez ontem a sua primeira apresentação em São Paulo, com sua banda, The Dust, que é formado por Alan Licht na guitarra, Tim Luntzel no baixo e Steve Shelley, também ex-Sonic Youth, na bateria.
O show começou um pouco depois do previsto, em torno das 21h40. O que mais se via eram garotos com camisetas do Sonic Youth espalhados pela choperia. Com os integrantes devidamente apresentados por Lee (e com o público aplaudindo fervorosamente Steve Shelley), a banda tocou principalmente músicas do “Between The Times and The Tides” (para a minha total felicidade), canções que estarão no próximo disco da banda, um cover do Modern Lovers e, claro, Sonic Youth.
Sim, existe muito do Sonic Youth presente no som de Lee Ranaldo (muita distorção, barulho, o que é lindo), mas sem as viagens ultraexperimentais de seu antigo grupo, o que me faz gostar muito mais de Lee Ranaldo do que 70% do que o Sonic lançou. E isso é apenas a minha opinião.
Lee conversa bastante durante o show. Contou a história por trás de algumas músicas como a já citada “X-Tina As a Knew Her”(estou ainda mais apaixonada por essa música <3), falou sobre o movimento Occupy Wall Street e até perguntou se uma das músicas soava como samba. Recebeu um sonoro não da plateia e caiu na risada.
Ao final do show, no BIS, eles tocaram a lindíssima e uma das minhas favoritas “Waiting on a dream” e Lee disse que logo após a apresentação desceria para falar com a galera. Dito e feito: a banda desceu, tirou fotos, deu autógrafos, conversou com TODOS que estavam ali. Lee Ranaldo e Steve Shelley merecem o prêmio de simpatia do ano. Sério.
Um arrependimento? Não ter comprado ingresso para os dois dias de show. Hoje tem mais no Sesc Pompéia. Sold out.
Não tenho nenhum disco do Lee Ranaldo por causa do preço absurdo que ele é vendido no Brasil (R$80 em um CD? Tsc, tsc) então o que eu fiz? Pedi pra ele autografar minha camisa xadrez. Mais grunge impossível 😛