Céu no Sesc Santo André

O Brasil é um país repleto de grandes cantoras, mas que ao mesmo tempo vê a mídia local destacar somente os fenômenos Pop do momento e as “divas eleitas” seja pelo Projac, pelas gravadoras sobreviventes e até mesmo por uma estranha combinação de talento e DNA.

Nesse universo onde não existe mais imprensa musical e os produtores são reféns das velhas armadilhas do business, a paulistana Céu brilha MUITO… mas sem o auxílio do “mercado”, que infelizmente só consegue reciclar sons do passado na garantia do lucro fácil ou explorar o velho baú da MPB.

Nesse cenário, o hype relativo à cantora e compositora Céu, acaba chegando tarde no Brasil e tem impacto muito maior nos EUA e Europa. Nesse caso, o azar é todo nosso, pois com uma voz singular e alcance incrível ela transita com enorme facilidade do Samba ao Trip Hop, do Cool Jazz ao Reggae e da Eletrônica ao som mais simples e acústico.

Em seu primeiro disco, vendeu mais de 100.000 cópias nos EUA, liderou a parada de World Music e agora com seu novo trabalho “Vagarosa“, volta a ter destaque internacional e abre em Abril/10 mais um Tour internacional, que terá como ponto alto a apresentação no insensado festival californiano de Coachella.

Com tudo isso em mente confesso que embarquei numa “viagem” ao Sesc Santo André, com enorme expectativa em ver antes o show que os gringos iam ver na Califa.

No palco, Céu está mais solta, arriscando várias dancinhas e brincadeiras com o público, aprendeu a usar com bom gosto seu charme e feminilidade, mas seus principais trunfos são mesmo a Voz, as Composições e os inventivos Arranjos de uma banda de muita qualidade.

A salada sonora foi completa e o show teve vários pontos altos com músicas do primeiro disco como “Vinheta Quebrante”, “Malemolência”, “Rainha” e sons novos muito bem recebidos como “Cangote”, “Bubuia”, “Grains de Beauté” e a minha preferida “Espaçonave”.

Fechou o show, com o público nas mãos e o já tradicional cover de “Concrete Jungle” do eterno Bob Marley.

Com um talento desse porte, Céu não precisa de esquemas e nem mesmo de um sucesso de massa no país, pois tem tudo para se consolidar como compositora e cantora de alcance mundial sem nunca deixar de ser uma menina do Brasil.

Como o público, do ótimo espaço do Sesc – Santo André,  pode conferir, a cantora já é uma artista do primeiro time e vai agitar bastante o cenário musical, pois com somente 2 discos já é uma das principais referências e nomes do novo som brasileiro que ilumina o Século XXI.

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