Com Marauder, Interpol se reinventa na própria tradição
Os novaiorquinos, destaques da cena local do início dos anos 00´s ao lado de bandas como os Strokes e Yeah Yeah Yeahs, chegam ao sexto trabalho de inéditas em grande e inspirado momento.
Sempre liderados por Paul Banks (voz, baixo e guitarras) e Daniel Kessler (guitarras e voz), a dupla cobre Marauder de intensidade e lirismo, com ótimos vocais e com o super batera Sam Fogarino, se virando para criar batidas tão instigantes quanto possíveis.
Fiquei positivamente surpreso com o álbum novo do Interpol, apesar da grande novidade ser mesmo o resgate do estilo “old school”, com aquele baixão marcado e vocais cheios de angústia, sonoridade que na mão dos caras soa perfeita e serve como trilha sonora desse louco 2018.
Já tinha ficado chapado com o single e clipe de “The Rover”, que capturou a banda em momento beatle na Cidade do México, metrópole que por si só é meio mágica, ainda mais nos rolês do trio entre bairros descolados, mercados populares e centros espíritas diversos, colocando-os meio que involuntariamente, como personagens futuristas de um romance beat.
O single seguinte – “Number 10”, também me empolgou, combinando sua rápida e nervosa levada rítmica, com guitarras hipnóticas mais que perfeitas.
Mas foi com o vídeo de ”If You Really Love Nothing”, que deu pra sacar mesmo que o Interpol se reencontrou, finalmente se apropriando da sonoridade que os fez uma grande banda.
Não que “Marauder” seja um álbum da maturidade, mas sim um trabalho onde a produção, a cargo de Dave Fridmann, baixista e fundador do Mercury Rev, e produtor de destaque de artistas como MGMT, Tame Impala, Mogwai e Sleater-Kinney, se esmerou em buscar a essência da banda.
Com participação de Kristen Stewart, de Crepúsculo, e Finn Wittrock, de American Horror Story, o clipe mostra a banda tocando num pequeno clube, enquanto pessoas e situações malucas acontecem numa super sequência. Confiram:
[red_box]Como não amar o Interpol cada vez mais seguro de seu som e relevância. investindo num retorno a uma sonoridade mais clássica, mas que ao mesmo tempo consegue estar conectado com o espírito dessa nossa época.[/red_box]
Em todo álbum, se percebe uma sensação de falta de tempo, dando a percepção de que nenhuma narrativa é linear ou se finge de morta.
Sabe quando ao fechar os olhos numa canção você consegue se transportar ? Ou quando no escuro se consegue ver cores, brilhos e padrões ?
Imaginem então que esse é o álbum certo para ouvir no volume máximo na busca dessas sensações, onde além dos singles que comentamos, se destacam, “Complications” – com guitarras muito bem sacadas, “Flight of Fancy” com sua levada crescente e a climática e preferida do blog “Mountain Child”.
Com Marauder, o Interpol marca sua presença como um dos álbuns top de 2018. Ouça no volume máximo