Foi um Show ou a celebração da vida Rock And Roll de Julian Casablancas o que vimos no Cine Jóia em Sampa ?!?!
Julian Casablancas se consagrou nos anos 00’s nos vocais dos Strokes, banda que renovou a tradição do rock alternativo novaiorquino, com álbuns clássicos como Is This It (2001), Room of Fire (2003) e First Impressions of Earth (2006).
Mas ultimamente o figura tem investido mais tempo em seus projetos de gravadora, e na tarefa de levantar sua banda paralela, a estranhissima The Voidz, que após desastrada participação no Lollapalooza 2014, voltou ao Brasil e América Latina no Hollywood Bolívar Tour.O show em si foi horrível, válido somente para fãs incontestes do cantor e compositor, mas mesmo assim… de tão ruim que foi… acabou sendo até interessante, já que tanto Julian quanto o The Voidz, tiveram momentos inspirados, mas que cinicamente eram estragados sem dó pelos musicos, evitando qualquer clima de celebração roqueira tão comum com sua banda principal.
Achei válido o fato de que tudo foi mesmo calculado pelos The Voidz, que fizeram questão de não se mostrar ensaiados, simpáticos ou mesmo aptos a fazer qualquer concessão ao público, que em vão ainda esperava ouvir algum hit solo ou dos Strokes.
Sim, eu curto ainda Julian Casablancas, mas sair de casa para ver uma banda destruir a própria performance, e com seu principal integrante buscando se afastar de qualquer idolatria pode ser muito chato, mesmo que o rock atonal e sem esperanças do The Voidz evolua para algo mais sensato ou mesmo artístico.
O figurino do Mr.Casablancas era no melhor estilo mecânico ou borracheiro, mas mesmo assim mexeu com a libido de muitos, talvez como consequência do clima hedonista do backstage, que estava lotado de groupies encantadas e com roadies “chapados” que não conseguiam nem testar o próprio equipamento de palco.
Uma pena, pois o público estava na mão de Julian Casablancas + The Voidz, muitos fãs com camisetas dos Strokes mas com jeito de que sabiam que não rolaria nenhuma festa indie rock naquela noite…
Casablancas ainda é um herói do rock ‘n’ roll, daqueles que gosta de correr riscos, e como o repertório foi baseado no álbum novo prometido para 2018, a decepção de quem achava que ia rolar pelo menos “11th Dimension” ou “Instant Crush” era evidente.
O pós punk maluco dos caras, parece mesmo interessar somente aos próprios músicos e o único momento que os fãs realmente se divertiram foi com o semi hit “Nintendo Blood”.
No final até que gostei de ter ido, mas tive que me contentar com a fábrica noise pop da banda e suas disconexas harmonias, que compuseram o cenário do show junto à bem pensada postura política, anti-consumista, suja e angustiantemente nervosa de Julian + The Voidz.
– Wink
– We’re Where We Were
– Father Electricity
– M.utually A.ssured D.estruction
– Aliennation
– Nintendo Blood
– My Friend The Walls
– Coul As A Ghoul
– Business Dog
– Lazy Boy
– Where No Eagles Fly
bis
– Human Sadness