Impressões e Fotos da Virada Cultural 2017
O blog sempre cobre bem a Virada Cultural e nesse ano não foi diferente do que já prevíamos, muitas mudanças mas com pouca resposta do público por diversos motivos…
Podemos falar logo de cara que um evento com esse porte e pretensão não devia divulgar sua programação somente 2 semanas antes de rolar, já que não ajuda o turismo pois quem é de fora não tem como se planejar, e mesmo para quem é de Sampa não ajuda a dar a devida atenção aos shows e atrações previstas.
Outra ideia que não é boa ou não foi bem vendida foi a descentralização da Virada Cultural 2017. Claro que a cidade é gigante, e ter segurança e estrutura para palcos grandes é uma tarefa e tanto, mas shows quase vazios em Interlagos, Anhembí e Chácara do Jockey são um claro indicador de que alguma coisa não funcionou.
Até podemos culpar a chuva, mas na real as atrações eram as de sempre e sair para locais como esses que não tem transporte público adequado é sempre uma tarefa e tanto.
O centro continuou sendo a alma do evento, os palcos pequenos foram na maioria dos casos um grande achado, pois multiplicaram as possibilidades num espaço reduzido da região central, entre a República, São João e Vale do Anhagabaú, ficando fácil circular e ir de palco para palco.
Também posso citar os cortejos e as atrações bem família como circo, artes marciais e instalações, em especial as do aquário da Galeria Olido e as projeções em diversos equipamentos públicos que deixaram a cidade bonita e convidativa para que quisesse dar um rolê.
Eu comecei a Virada Cultural 2017 pelo grande Curumin que tocou no Boulevard São João em sensacional homenagem ao mestre Stevie Wonder.
O show superou minhas expectativas e juntou aos poucos bastante gente, nesse espaço da cidade que tem uma das melhores vistas do centro da cidade e que deveria ser muito mais usado.
Ainda na vibe do início da noite passei pelos palcos da Dom José Gaspar que estava animado com o Quartabê e depois com o Strobo, até dar um rolê até o palco Test onde conheci as minas do Aborn , que heroicamente mandaram um death e thrash metal de responsa com uma das piores condições técnicas que já vi… totalmente incompatíveis com um evento que quer ter representatividade, além de um verdadeiro desrespeito aos músicos e aos fãs do rock pesado e alternativo.
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Não custaria nada ter um palco decente, mas ao mesmo tempo foi animal ver a garra das garotas que na porrada mesmo agitaram muito e conquistaram a galera.
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Na sequência acompanhamos o curto mas direto e reto show do Asfixia Social, que começou com poucos presentes mas da mesma forma que no show anterior superou as limitações de estrutura. Os caras tem uma base sonora muito sólida e mostraram seus lados hardcore, ska punk e ativista, com Kaneda agitando e mostrando competência nas intervenções nos metais.
Fiquei por lá e ainda vi um pouco do segundo palco com bandas punks e com uma galera mesmo a fim de se divertir.
De lá consegui ver as atividades ao redor do Municipal e nos palcos da região, confesso que me deparei com o palco “Piano na Praça” sem ter planejado… mas são nessas horas que a Virada vale mesmo a pena… pois estava tocando um mestre do piano da MPB, o grande Amilton Godoy, que estava feliz em tocar e mostrar toda qualidade que fez dele e do Zimbo Trio um objeto de desejo de boa parte da música brasileira por décadas. Foi um dos pontos altos da night 🙂
Passei depois pela 7 de Abril para ver o palco rock, mas estava tão desanimado que não aguentei ficar até o Pin Ups, e passei pelo Palco Copan onde o performático Edy Star divertia uma galera em êxtase e num clima Fora Temer e #QueroVotar que foi um ponto em comum na maioria dos espetáculos.
Acho que a prefeitura acertou em várias coisas, a chuva deu uma atrapalhada no Domingo, mas chegou a hora de uma autocrítica da área cultural da cidade, que no final foi bem criativa mas não conseguiu o impacto que queria e muito menos mobilizar a população para o principal, se apoderar da cidade, usar seus teatros, praças e cantinhos com o que nos une, a Arte.
No Domingo comecei vendo na República o tradicional show de Simoninha com clássicos do black nacional, e confesso que resisti o quanto pude no show do ótimo Guizado, mas a tempestade se transformou em dilúvio e somente horas depois e melhor paramentado, vi de perto porque Tiago Abravanel impressiona tanto ao vivo. O cara tem um super carisma e voz, não é um Tim Maia mas tem um futuro incrível pela frente, mas mesmo com minha melhor capa, fugi para o Headquarters assim que me dei por satisfeito com a experiência.
Obrigado Virada Cultural 2017 ! Que venham novas e melhores Viradas Culturais !!