Para cobrir o Lollapalooza 2015 o blog se dividiu, com cada um de nossos editores, cobrindo uma das datas do festival, garantindo maior foco em cada um dos principais artistas que escolhemos cobrir, além de possibilitar uma visão mais abrangente da parte musical e festiva do evento.
Clique aqui e confira como foi o segundo dia!
[highlight color=”green”]Apesar de todo pop e eletrônices que marcaram a edição, uma coisa é certa, o Rock é forte e resiste bravamente!![/highlight] [red_box]Long Live Rock and Roll[/red_box]De forma consciente acabei perdendo o Kasabian, que é uma ótima banda, e que ao vivo (Assistí pela TV), fez um show bem competente, animando a galera que já chegou para o início da primeira noite do Lollapalooza 2015.
Quem conferiu de perto sentiu que a banda já joga nas ligas principais do Pop Rock britânico, sempre com uma performance que vale a pena.
Assim já saí de casa devidamente aquecido para os shows de Sábado, com a missão de conferir de perto os shows de Jack White e Robert Plant no Lolla 2015
O festival sempre cumpre bem seu objetivo de misturar tribos e gerações, num ambiente controlado e cheio de alternativas FUN, mas como sempre os preços abusivos, a péssima ideia da moeda própria (os inflacionados mangos) e uma escolha pouco criativa de Headliners, colocou o futuro do festival na berlinda… mas esse não é nosso foco, e sim a parte musical, deixando as impressões da balada Hipster, para a mídia corporativa que faz parte do hype e cumpre bem esse papel…
Primeiro, já no fim de tarde, encarei boa parte do interessante show de St.Vincent, que mais que uma banda é a encarnação atual da norte-americana Annie Erin Clark, em novo projeto após ser parceira de Sufjan Stevens no alternativo The Polyphonic Spree.
O aspecto visual é muito importante e destaque da performance, abusando de dancinhas bizarras em sons como “Bring me your loves” e “Birth in Reverse”.
Com muita presença cênica, uma bela voz, insinuante performance de palco e inteligente pegada guitarrística, o show me deixou com ótima impressão, já que com muita técnica e personalidade, St.Vincent animou o público em “Rattlesnake” e “Your lips are Red”.
[highlight color=”blue”]É sempre bom ver uma banda roqueira e intelectualizada, no meio do marasmo atual!![/highlight]Na sequencia gastei R$ 10,00 numa cerveja quase gelada, e já mudei de palco para encarar a lenda Robert Plant, com sua incrível banda – Sensational Space Shifters.
Plant era sem dúvida a maior lenda roqueira do Lollapalooza 2015, e deu com super competência o recado, deixando banda e público com um belo sorriso na cara no final da performance.
Já esperava que o show mesclasse o toque étnico de raízes africanas, com o blues rock eletrificado que ganhou o mundo no anos 70 e teve no Led Zeppelin sua maior banda, e dessa forma seu espetáculo acabou soando muito mais verdadeiro e autêntico do que o cara se transformar num cover de sí mesmo. Plant ao vivo, tornou cada canção do Zeppelin um desafio, numa criativa releitura com a cara dos tempos atuais.
Claro que a crítica burra não entendeu, e considerou o show morno justamente nas Jams e intervenções étnicas, típica de jornalista que não entende de música e se viu obrigado a cobrir os shows para garantir o emprego.
Devem ter esquecido de pesquisar no Google que entre o fim do Led Zeppelin e os dias atuais, mais de 30 anos se passaram, e que um artista desse quilate não vive do passado.
Para os mais informados, sua fase atual, talvez seja a mais relevante de toda carreira, repleta de prêmios e reconhecimento em todo mundo, se dando ao luxo de inovar sem se esquecer das raízes roqueiras.
Robert Plant em Going to California
Teve sim… muito Rock e muito Led Zeppelin, e muita inspiração numa performance perfeita, apesar dos problemas técnicos que perduraram por toda apresentação, com irritante chiado nas canções mais acústicas e tranquilas.
Confira o setlist incrível de Robert Plant no Lollapalooza 2015.
– Babe, I’m Gonna Leave You (Joan Baez), Rainbow, Black Dog / Arbaden (Maggie’s Baby) (Led Zeppelin / Plant), Turn It Up, Going to California (Led Zeppelin), Spoonful (Willie Dixon), The Lemon Song (Led Zeppelin), Little Maggie, What Is and What Should Never Be (Led Zeppelin), Fixin’ to Die (Bukka White), Whole Lotta Love (Led Zeppelin) – bis – , Rock and Roll (Led Zeppelin)
Assim que acabou o show, eu quase sentenciei… não vai dar prá ser melhor que esse show… pobre Jack White… não sabia que estava enganado, e que o discípulo superaria o mestre…
Jack White é daqueles artistas únicos com múltiplos talentos e um ego gigante, me lembra como performer e compositor, artistas como James Brown e Prince, não pela sonoridade, e sim pela musicalidade, já que todos tocam com perfeição múltiplos instrumentos, cantam, dominam o palco e conseguem se expressar de forma múltipla, brilhando individualmente e em grupo, sempre valorizando a companhia de outros gênios criativos e musicais, num cabo de guerra criativo, que permitiu a Jack White se superar constantemente nas quase duas horas de show.
Já parece que o White Stripes aconteceu há décadas, pois Jack versão 2015, conseguiu a proeza de unir todas suas bandas, fases e egotrips, se consolidando como solista imbatível e performático.
Ao som de violinos, cadenciado pela bateria e ovacionado pelo público, cantou de forma singela sons como “Hotel Yorba” e “Temporary Ground”, e teve tempo de reverenciar o blues num super cover de Howlin’ Wolf, afinal Jack assume ser herdeiro de toda tradição do rock sulista, da pegada direta e reta dos anos 50, valorizando sons analógicos e o acompanhamento de músicos da mais alta qualidade.
Foi mesmo um privilégio conferir White na turnê de seu segundo álbum solo – “Lazaretto”, que teve grande destaque no show, bem como a série de sons dos White Stripes e Raconteurs.
Impossível não citar o super baterista Daru Jones, um virtuose que fez do rock uma aula de jazz, além da talentosa Lillie Mae Rische, que fez lindos vocais além de acompanhar a banda ao violino.
O show é um verdadeiro espetáculo psicótico, e se no início deu prá cantar e pular, no meio me peguei boquiaberto e atento ao frenesí dos solos e às inúmeras citações roqueiras e referências sônicas… foi mesmo de perder o fôlego.
No final não me lembrava mais de nada, pois com “Seven nation army” o rock havia retornado o posto de som mais importante do planeta, pelo menos para quem conferiu a mágica de perto na apresentação de Jack White.
Setlist de Jack White no Lollapalooza 2015
– Icky Thump (The White Stripes), High Ball Stepper, Lazaretto, Hotel Yorba (The White Stripes), Temporary Ground, Weep Themselves to Sleep, Cannon/Dead Leaves and the Dirty Ground/Screwdriver (The White Stripes ), Just One Drink, Steady, As She Goes (The Raconteurs), Love Interruption, We’re Going to Be Friends (The White Stripes), Fell in Love With a Girl (The White Stripes), Black Math (The White Stripes), Three Women, Missing Pieces, Top Yourself (The Raconteurs) – Bis – , I’m Slowly Turning Into You (The White Stripes), Would You Fight for My Love?, That Black Bat Licorice, Ball and Biscuit (The White Stripes) – Bis 2 – Seven Nation Army (The White Stripes)
Fiquem com Jack White no Lolla2015 em Hotel Yorba
Jack White em We´re going to be friends