O RockBr da geração 00 tem uma total dependência da baiana Pitty, já que entre todas bandas que surgiram no novo milênio, sem duvida foi Pitty quem mais abriu as portas da mídia tradicional ao rock.
O motivo dessa aceitação além do timing inexplicável, sempre foi uma combinação entre a sonoridade pesada em voga internacionalmente na época , com as boas canções, letras e sacadas que fizeram a diferença e criaram a segunda maior Persona feminina do estilo no Brasil (Rita Lee é eterna), e referencia obrigatória para os adolescentes da última década da antiga MTV.
Mas em 2014, faltava mesmo surgir uma nova Pitty… Já que seu projeto paralelo nem de longe empolgou, e a mistura de problemas de saúde com a perda de amigos e colegas, me deixaram mesmo preocupado, pois o rock brasileiro… em fase de baixa, precisa do rock dela 100% vivo e na ativa.
Até então podemos dizer que o poder da estréia de “Admirável Chip Novo“, nunca mais havia se repetido, mesmo com os vários sons legais lançados, a impressão é que ainda faltava mais… mas parece que a vida fez sua parte, e quando o artista não é um produto, o que rola é que uma hora as composições vão ressurgir com outra vibe, diferentes mas fundamentais para que novas inspirações tragam uma nova fase, com sons que valham mesmo a pena.
Alívio foi ouvir o novo álbum SETEVIDAS, sem nenhuma expectativa e descobrir que é um super disco.
Roqueiro, pesadão, com guitarras inteligentes e revigoradas, mas o disco Gótico/Dark com as melhores letras que ouvi no ano, vai além do flerte com a morte e transmutações da alma, pois depois de sons como “Pequena Morte”, “Deixa Ela Entrar”, “Lado de Lá” e da faixa homônima, chegamos a última e mais surpreendente canção – “Serpente“, que inteligentemente fecha em alto astral o disco, numa levada que inicia numa pegada regional e evolui para um elevado manda, numa conexão universal da vida.
Om Namah Shivaya
Fiquem com o clipe do single de lançamento – Setevidas