Certos grupos podem nunca ter estourado, mas integridade artística, daquelas que se constrói aos poucos, show após show e disco após disco, é o caso desses figuras, em especial porque a coisa é prá valer.
Imagine então surgir no final dos anos 80 em plena periferia do Recife, terra de força musical, e recheada de tradição com o maracatu, frevo e muitos outros sons, uma banda com nome Devotos do Ódio, fé cega no punk rock hardcore e vivendo a vida pela ideologia e pelo rock independente.
Essa foi a missão de Cannibal (baixo e voz), Celo (bateria) e Neilton (guitarras), que anos depois já somente como Devotos, abriram seu caminho na cena local, no auge do Manguebit, sem nunca mudar de som ou se aventurar por modismos.
Como mensagem principal, questões sociais da comunidade do Alto José do Pinho, em Recife, na época, um dos lugares mais violentos da capital pernambucana, na busca da paz, justiça e igualdade social
Agora, o grupo completa 25 anos de uma trajetória registrada em sete se apresentando em show esgotado na Choperia do Sesc Pompeia, dia 31 de outubro, às 21h30, com participações especiais de Clemente (Inocentes), Sandra Coutinho (As Mercenárias), Felipe S. (Mombojó) e de Ras Bernardo (ex Cidade Negra), um dos precursores do reggae no Brasil.
Confiram o doc – “Eu tenho pressa – A trajetória da banda Devotos” que em 20 minutos mostra a força e presença da banda.
Eu tenho pressa – A trajetória da banda Devotos from Andreane Carvalho on Vimeo.
Viagem em torno da música e das realizações sociais da banda pernambucana Devotos, cujo trabalho ajudou a elevar a comunidade a que pertence à condição de reduto cultural. Essa história poderia ser apenas mais uma entre tantas outras vividas em favelas brasileiras, não fosse um pequeno detalhe: a transformação ocorreu de dentro.