Entre os mega festivais do semestre, os shows alternativos continuam em alta, em especial com a primeira vinda do cantor e guitarrista Bob Mould, ao Brasil e Argentina.
O músico americano ficou conhecido nos anos 80, quando integrou o Hüsker Dü, e aumentou o número de fãs na década seguinte, ao montar o Sugar.
BOB MOULD TOUR AMÉRICA DO SUL – OUT/2013
Argentina
– Buenos Aires, 03 Outubro no Teatro VorterizBrasil
– São Paulo, nos dias 04 e 05 (Out), no Sesc Pompeia
– Rio de Janeiro, no Circo Voador, no dia 06 (Out)
Provavelmente Hüsker Dü e R.E.M., foram as bandas do post-punk norte americano que mais valiam a pena, e ambas mudaram o cenário roqueiro de forma real. Michael Stipe e Cia recolocaram o Folk Rock e suas sutilezas de volta ao Mainstream, e os heróis de Minneapolis do Hüsker Dü, que se nunca estouraram como os colegas da Georgia, viraram referencia Cult obrigatória.
Seus dois compositores, o guitarrista Bob Mould e o baterista Grant Hart, criaram com perfeição petardos punks em estruturas pop, levaram a independência e o DIY ao pé da letra, e juntos ao baixista Greg Norton, o trio cresceu de 1979 a meados dos 80’s com singles, shows e discos cada vez mais inspirados.
Rapidamete formaram o núcleo duro do rock independente Made in USA, com The Minutemen, R.E.M., Black Flag, The Meat Puppets, e The Replacements, sobrevivendo em turnês extensas, e criando aos poucos uma cultura nova, que junto às College Radios, conectavam a cena local ao pós punk europeu com inteligência.
Estréiam oficialmente com o EP Metal Circus em 83, mas chamam mesmo a atenção em 84 com o duplo Zen Arcade, gravados na independente SST Records, onde ainda lançam o single cover dos The Byrds – Eight Miles High e os discos New Day Rising e Flip Your Wig.
Já numa gravadora major, lançam em 86 o elogiado Candy Apple Grey, mas começam as tensões criativas, com Mould procurando se livrar dos vícios e Hart caindo pesado no álcool e drogas em geral, não os impedindo de gravar o álbum duplo e inspiradíssimo, Warehouse: Songs and Stories, que os trouxe ao momento mais em evidencia da carreira.
Mas em meio a enorme tour de divulgação, onde noite após noite, tocavam o disco na íntegra faixa por faixa, os problemas internos se agravaram pelo suicídio do empresário, azedando a já tensa relação entre os membros do grupo, que durou somente até o inicio de 88.
A notícia ganhou o mundo, e reforçou o caráter Cult da banda, garantindo um lugar cativo nos corações e mentes dos fãs e gerações roqueiras.
Com o fim oficial, Gary Hart lançou EP solo já em 88, e o disco Intolerance no ano seguinte, até se lançar em novo projeto com o grupo Nova Mob, lançando em 91 The Last Days of Pompeii, e um segundo disco homônimo em 94. Atualmente continua na ativa como músico e artista plástico (veja resenha de Grant Hart em SP – Set/13).
O bigodudo baixista, Greg Norton virou chef de sucesso e tem restaurante em Minneapolis.
Já nossa lenda Bob Mould, após 2 discos solos sem muito alarde, lançou o fantástico trio Sugar que teve destaque nos 90’s com Copper Blue (92) e File Under: Easy Listening (94), mas à partir de 1995, Bob voltou a carreira solo e ao circuito alternativo, e novamente em grande fase, chega agora para os shows na América do Sul, onde promete tocar sons de várias fases da carreira.
Discografia Hüsker Dü
Everything Falls Apart (1983)
Zen Arcade (1984)
New Day Rising (1985)
Flip Your Wig (1985)
Candy Apple Grey (1986)
Warehouse: Songs and Stories (1987)
Bob Mould em Star Machine (2013)
Sugar em Changes (1993)
Hüsker Dü em Could You Be The One (1987)
Confiram o Setlist de Bob Mould no Primavera Sound em Maio/13 em Barcelona – referencia para os shows locais, mas imaginem que outros sons podem entrar e sair, pois no tour 2013, mais de 30 canções já apareceram no repertório.
-The Act We Act (Sugar)
– A Good Idea (Sugar)
– Changes (Sugar)
– Helpless (Sugar)
– Hoover Dam (Sugar)
– Star Machine
– The Descent
– Steam of Hercules
– If I Can’t Change Your Mind (Sugar)
– Chartered Trips (Hüsker Dü)
– Keep Believing
– Celebrated Summer (Hüsker Dü )
– Flip Your Wig (Hüsker Dü)
– Makes No Sense At All (Hüsker Dü)