Com “Reações Psicóticas” a crítica de rock ganhou um novo rumo, (editora Conrad 2005) com o maluco beleza-mor Lester Bangs assumindo o controle e o descontrole da experiência sônica de uma era, onde a música se reinventou e mostrou uma das mais criativas e brilhantes gerações.
Adoro, por exemplo o artigo sobre 10 anos de Astral Weeks, disco e lenda de 1968 do irlandês Van Morrison, nele ficamos sabendo mais da vida loca do escritor do que do disco em sí, mas ao se mostrar frente a frente com a obra prima do rock, falando de mágoa e decepção, fica bem clara a mensagem e angustia que permeia o disco.
E assim sem muitas regras, e quebrando as convenções jornalísticas, os anos 60 e 70 se descortinam com o Guess Who ao vivo em 1972, numa destruição pública do legado da banda, ou com o Jethro Tull em momento mega, sentindo na pele a idolatria e excessos da época, mas foi ao falar do futuro, viajando nas possibilidades do Kraftwerk e da urgência de Iggy Pop, que Lester anteviu o futuro da música até os nossos tempos.
Hoje Mr.Bangs é pop, citado como personagem de Quase Famosos e influência certa pelo estilo e tudo mais, mas na época foi impactante e revolucionário, e com certeza pouco compreendido, e ajudado pelo estilo 100% junkie, devia ser um tipo bem punk de aturar.
Mas ao nos questionar em “Onde você estava quando Elvis Morreu?”, e ao falar da morte de Lennon, o cara mostrou como a cultura pop moderna, tornou os ídolos novos mitos.
Se encontrar o livro na frente… compre, leia e empreste a um amigo que depois o devolva !!