Nasci em 1972, a essa altura a “casa” já tinha caído pro Simonal, mas mesmo assim  ele sempre fez parte da minha infância, pois meu pai adorava cantar “Meu limão meu limoeiro” e sempre falava que o Simonal era O Cara, dava para entender já que meu pai, carioca da gema, era seu fã.

Eu adorava ouvir a sonoridade de…

MEU LIMÃO, MEU LIMOEIRO…

Meu pé de jacarandá,

Uma vez, tindolelê,

Outra vez, tindolalá.


Achava aquilo o máximo, pois gostava de dançar e aquela música tinha um tremendo balanço…

Simonal - Documentário
Simonal - Documentário

A vida tomou outro rumo, vim morar em São Paulo com minha mãe e meu pai ficou no Rio junto com a minha lembrança do Simonal… até que, quando eu estava na 7ª série de um colégio caretíssimo  de São Paulo, entrou uma menina nova na classe, super bacana, extrovertida e logo se entrosou.

Na chamada descobri que ela era filha do Simonal.  Achei aquilo o máximo !!!  Liguei para o meu pai para contar a novidade, afinal ele era fã dele, foi aí que ele me contou uma história meio confusa dos militares, da esquerda, da direita e que, sinceramente… não prestei muita atenção.

Ela era bacana e ponto.

Mas uma coisa “pegou” quando no final ele disse “às vezes a vida pode ser f., é só a gente dar uma escorregada pra ficar de fora da brincadeira, ai o jeito é beber ” .Filosofia  de botequim, pois assim como o Simonal, pelos revezes da vida, ele também freqüentava um “pé sujo”.

Àquela altura  tinha 13 anos e já sacava como as coisas aconteciam… fracasso, sucesso, bebida, família….é um caldeirão !!! Pensar que ela tinha que passar por isso me fez ficar ainda mais simpática a sua amizade. A convivência durou apenas 1 ano, mudei de bairro e fui para outro colégio perdendo o contato. ( Na época não existia Orkut…)

Agora o Simonal voltou a aparecer na minha vida com o filme “Ninguém sabe o duro que dei” e então, tive a oportunidade de entender o que meu pai havia dito lá nos anos 80.

Assistí ao filme por curiosidade e tentei não fazer julgamentos, não quero saber se a culpa do seu ostracismo foi da esquerda, da direita, ou dele mesmo…o fato é que ele foi um grande artista e cumpriu seu papel levando alegria às pessoas através de seu talento. É isso que deve ser julgado e lembrado, não uma escorregada.

Adorei o filme, que esclareceu várias situações que eram nebulosas na minha cabeça e provavelmente na de várias pessoas da minha geração. Afinal de contas, o que tinha realmente acontecido com o Simonal ?  e de quem foi a culpa ?

Assistam ao filme e teçam sua própria opinião.

Beijokas,

Luca – Colaboradora do Blog Vishows e Editora do PONTE SOCIAL

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1 Comment

  1. Legal 0 Post – acho o Artista Simonal um cara incrível com grande talento, mas a pessoa pisou na bola, mandou bater e torturar… aqui se faz e aqui se paga…

    Lí um artigo do Paulo Vanzolini, compositor de RONDA entre outras canções, que diz que Simonal falava a torto e direito do seu relacionamento com o DOPS – http://tinyurl.com/l6dbrk

    No mais o filme é ótimo e não é chapa branca, mostra claramente os fatos positivos e negativos do artista.

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